Continuando a falar um pouco mais da literatura
leste-timorense, conforme pode ser lido nas postagens anteriores aqui (a respeito da tese de Damares Barbosa Roteiro da literatura em Timor-Leste em língua portuguesa, defendida na USP, em 2013) e aqui (sobre a dissertação de mestrado de Nuno da Silva Gomes A literatura popular de
tradição oral, em Timor-Leste: caracterização, recolha e modos de escolarização, defendida na Universidade do Minho, em 2007) apresento aqui a comunicação apresentada ao IV SIMELP de autoria de Edson Luiz de Oliveira, também da Universidade de São Paulo (USP), intitulada A nascente literatura de língua portuguesa em Timor-Leste.
O resumo reproduzido abaixo pode ser lido na página do evento (http://www.simelp.letras.ufg.br/simposios/simposios_01_20.pdf) com os demais resumos das outras comunicações apresentadas aos diferentes simpósios que ocorreram.
Resumo: Os navegantes portugueses chegaram à ilha de Timor no início do século
XVI, interessados no sândalo, árvore que se encontrava em abundância nos
bosques daquela ilha da Insulíndia. Conforme ficou registrado em versos de Os
Lusíadas, onde Camões se refere ao “sândalo, salutífero e cheiroso”. Enquanto
os comerciantes praticavam a exploração daquela madeira exótica, missionários
católicos se estabeleciam na ilha, difundindo o cristianismo e ensinando a
língua portuguesa. Ao longo dos séculos, a exploração sem critérios resultou na
quase extinção das árvores de sândalo. Porém, a língua portuguesa e a religião
católica permaneceram. Por outro lado, os timorenses possuem formas de
expressão próprias muito antigas, transmitidas oralmente nas 16 línguas faladas
no território. O tétum, considerado há muito tempo a língua franca do Timor, é
também, a que possui mais textos escritos, muitas vezes em formato bilíngue, em
parceria como português ou inglês. Hoje, Timor-Leste, oficialmente denominado
República Democrática de Timor-Leste é um dos países mais jovens do mundo, completando
10 anos em 2012. A nação timorense resultou de um doloroso processo de
independência iniciado em 1974, tendo o português como uma de suas duas línguas
oficiais, garantidas pela Constituição de Timor-Leste. A literatura e a
política convergem em muitos momentos da história de Timor-Leste; o ex-primeiro
ministro Ramos-Horta começou sua carreira como jornalista, enquanto o grande
líder revolucionário Xanana Gusmão pode ser considerado como o poeta número um
de Timor-Leste. No entanto, esse país, membro mais jovem da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa, ainda não possui uma historiografia literária
sistematizada. Pretende-se nesta apresentação destacar algumas obras de autores
timorenses que escreveram em português, assim como portugueses e brasileiros que
publicaram textos sobre o Timor durante a estada naquela ilha, ou após
retornarem a seus países de origem. Também há os timorenses da diáspora,
residentes seja em Portugal, seja na Austrália que recordam sua terra natal no
idioma português.
Como o trabalho não foi publicado nos anais do IV SIMELP em sua versão estendida, deixo aqui para o leitor, que tiver vontade de conhecer mais a respeito do trabalho deste autor, os slides da bela apresentação feita, é só clicar na imagem para fazer a leitura e o download:
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