Wednesday, November 28, 2012

Timor-Leste: Mais professores portugueses - exemplo para o Brasil

No blogue Página Global saíram duas notícias conjuntas, uma sobre a atuação de Portugal em Timor-Leste, e outra sobre Cabo Verde. A postagem, intitulada Timor-Leste: mais professores portugueses, Cabo Verde um exemplo para Timor, pode ser lida originalmente no link:  http://paginaglobal.blogspot.com.br/2012/11/timor-leste-mais-professores.html e também se encontra reproduzida abaixo. 

Coloquei o título de exemplo para o Brasil, já que nosso governo se orgulha tanto de estar entre as maiores economias do mundo, mas sempre digo que é lamentável que exista tanto dinheiro (fruto de uma das maiores economias) que esteja na mão de apenas pouquíssimas pessoas. Ainda, sem contar da corrupção governamental que rola solta, como rio seguindo seu curso. E o pior é que a maioria da população acredita em promessas governamentais. Bem, retomando, o Brasil entre as maiores economias do mundo investe quase nada em educação (mesmo que o governo afirme que invista, é mentira!) e o resultado é que estamos em penúltimo lugar em qualidade de educação (Leiam esta matéria que saiu na BBC: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/11/121127_educacao_ranking_eiu_jp.shtml). Desta forma, que Portugal sirva de exemplo, mesmo pequeno e sofrendo com a crise econômica, arruma dinheiro para investir na educação. 

Seguem as notícias citadas anteriormente:


Timor-Leste: MAIS PROFESSORES PORTUGUESES, CABO VERDE EXEMPLO PARA TIMOR
  
Timor-Leste acolhe mais 58 professores portugueses no próximo ano
28 de Novembro de 2012, 05:09

Lisboa, 27 nov (Lusa) -- Timor-Leste vai abrir, já no início do próximo ano, quatro novas escolas de referência, que vão acolher mais 58 professores portugueses, anunciaram hoje em Lisboa os ministros da Educação timorense e português.

Em conferência de imprensa, os ministros da Educação português, Nuno Crato, e timorense, Bendito Freitas, adiantaram que, a partir de janeiro, haverá um total de 108 professores portugueses a colaborarem com as escolas de referência, unidades de ensino timorenses que obedecem a currículos e diretivas locais.

O projeto das escolas de referência, assinado em setembro, entre os ministérios da Educação de Portugal e de Timor, conta já com 50 professores portugueses.

O objetivo das autoridades timorenses é criar uma escola de referência em cada distrito. Com as próximas quatro, ficam a faltar quatro outras, estimando os dois ministros que a tarefa possa estar concluída dentro de dois anos.

Em janeiro, Nuno Crato participou na inauguração de cinco escolas de referência timorenses -- em Gleno, Same, Baucau, Maliana e Oecussi.

De visita a Portugal, a primeira como ministro da Educação, Bendito Freitas agradeceu a "cooperação" de Portugal e convidou Nuno Crato a voltar a Timor-Leste em fevereiro do próximo ano.

O ministro da Educação português aceitou o convite e deverá participar na inauguração das quatro escolas, na abertura do ano letivo timorense.

Simultaneamente, Nuno Crato deverá participar numa conferência sobre educação, alfabetização e conhecimento da língua portuguesa, que o ministro Bendito Freitas está a organizar para a mesma altura.

Orçadas em 2,4 milhões de dólares, 1,5 milhões dos quais garantidos pelo Estado português, contam com professores portugueses e timorenses.

Nuno Crato aproveitou para elogiar a "dedicação" dos professores portugueses em Timor. "Para Portugal, isto também é bom, não é só para Timor. Os professores portugueses que vão para Timor voltam diferentes (...), com uma experiência muito mais rica", destacou.

Pretendendo servir de modelo para todas as outras escolas do sistema de ensino oficial timorense, as unidades de referência "servirão também como centros para a formação dos professores timorenses, que vão dar cobertura a 202 escolas básicas centrais", explicou Bendito Freitas.

Realçando que os governantes timorenses estão "particularmente empenhados na educação", Bendito Freitas, no cargo desde as eleições de agosto, disse também pretender "dar mais ênfase à cooperação entre ensinos superiores".

Por isso, visitou as universidades de Coimbra, Aveiro e Minho (em Braga), procurando aumentar a cooperação com Portugal, "em ciência, tecnologia e informações".

SBR //JMR.


Cabo Verde pode ser um exemplo para Timor-Leste
28 de Novembro de 2012, 00:59

Presidente de Cabo Verde vai realizar uma visita oficial ao Parlamento Nacional (PN) esta sexta-feira, onde será recebido pelos deputados no plenário, numa sessão solene.

O deputado da bancada de FRETILIN, Francisco Branco, adiantou esta segunda-feira ao Suara Timor Lorosae que “Timor – Leste deve seguir Cabo Verde como um exemplo de sucesso na administração, governação e outros aspectos porque é um dos países irmãos da CPLP e tem sucesso nestas áreas”, e diz que tem que seguir o seu exemplo principalmente na gestão de água potável uma área de desenvolvimento gerida por Cabo Verde com muito sucesso.

O Vice-presidente do Parlamento Nacional, Adriano Nascimento, pediu a todos os chefes da bancada do Parlamento Nacional para se prepararem para receber a visita do Presidente de Cabo Verde.

Jacinta Sequeira
*Sapo TL

Monday, November 26, 2012

Observatório da língua portuguesa e IV SIMELP - divulgação


No Observatório da Língua Portuguesa (OLP - http://observatorio-lp.sapo.pt/pt) saiu uma matéria intitulada IV SIMELP dedicado ao português em Timor-Leste na qual se fala do simpósio 16 intitulado O português em Timor-Leste e o português de Timor-Leste, coordenado por Regina Pires de Brito e por mim, Davi Borges de Albuquerque , já divulgado aqui no blogue em http://easttimorlinguistics.blogspot.com.br/2012/10/iv-simelp-com-simposio-dedicado-ao.html

Fico feliz com a divulgação feita pelo OLP, que pode  ser lida em http://observatorio-lp.sapo.pt/pt/temas-de-actualidade/congressos-coloquios-e-eventos/iv-simelp-dedicado-ao-portugues-em-timor-leste, agradecendo a todos que têm me apoiado, assim como relembrando aos interessados que estão abertas as inscrições no simpósio e espero poder contar com a contribuição de vocês lá!  


Saturday, November 24, 2012

A guerra de Manufahi (1911-1912)

Segue um texto excelente sobre a Guerra de Manufahi, que ocorreu no distrito homônimo. Texto escrito por Dom Ximenes Belo e que circula há algum tempo pela internet, como nos blogues Uma Lulik http://umalulik.blogspot.pt/2012/01/guerra-de-manufahi-19111912.htmlPágina Global http://paginaglobal.blogspot.com.br/2012/11/timor-leste-guerra-de-manufahi-1911-1912.html?spref=fb e Manufahi - Timor Leste http://manufahi.blogspot.com.br/search?q=D.+Boaventura+de+Manufahi, sendo que neste último há mais informações e também foram retiradas as imagens abaixo. 



Foto da condecoração da Ordem de D. Boanventura (à esquerda) e sua foto (à direita).


A GUERRA DE MANUFAHI (1911-1912)


Neste mês de Dezembro de 2011, completam-se os cem anos do início do conflito de Manufahi. O começo da guerra de Manufahi teve a sua origem na morte do comandante de Same tenente Luiz Álvares da Silva e de europeus (três militares e um civil) dentro da tranqueira de Same e do comandante e Faturberliu.

Como é que tudo começou?

Em Dezembro de 1911, era comandante militar de Same o tenente Luiz Álvares da Silva; e era régulo (Liurai) de Manufai Dom Boaventura da Costa.

Conta-se que havia vários dias que Dom Boaventura não aparecia no Comando apesar de várias vezes ter sido convocado pelo tenente Silva. Dias antes, o comandante até mandara à casa do liurai (na localidade de Bandeira) um soldado português, velho no Comando, amigo pessoal e compadre de Dom Boaventura. Esse soldado foi retido e depois assassinado.

Na manhã do dia 24 de Dezembro de 1911, véspera de Natal, o tenente Luís estava na sua residência e acabava de tomar banho. Apareceram no comando uns homens mandados por Dom Boaventura da Costa. Um ia amarrado e outros seguiam-no. Davam a entender que iam apresentar uma queixa ao comandante. O Tenente ao ver aquilo saiu para ouvir a queixa do que ia amarrado. Mas, de repente caíram golpes de catanadas sobre o comandante. Este tentou reagir correndo para dentro em busca da uma arma. Mas, tudo foi inútil. Os homens perseguem-no e cortam-lhe cabeça. A esposa do tente Silva estava dentro da casa com o filho ainda bebe. Os homens arrastam-na para fora e colocam no regaço a cabeça do marido. No interior da residência os timorenses reúnem os móveis sobre os quais colocam o cadáver do tenente Luís Silva. Entretanto mais três portugueses são mortos: dois soldados e um civil.

O irmão do régulo telefona ao Comandante de Fatuberliu Ferreira: “Diz o senhor comandante que, sendo amanhã Natal, o convida vir a Same, passar as festas como seu hóspede”. O comandante parte para Same no dia 25, mas foi morto perto da ribeira Sui.

Entretanto, Dom Boaventrua manda um guarda-fio acompanhar a mulher do malogrado tenente para Maubisse.

A notícia do assalto ao Comando de Same e a morte dos seis portugueses espalha-se pelas aldeias de Same. E de Maubisse, os ecos dos trágicos acontecimentos chegam a Dili.

Em resposta aos actos de rebelião, o governador Filomeno da Câmara mobilizou soldados, moradores e auxiliares que atacaram os redutos dos “revoltosos” desde Janeiro de 1912 até Outubro do mesmo ano. O resultado dessa campanha foi a prisão de Dom Boaventura e a sua consequente destituição no dia 26 de Outubro de 1912.


Os motivos remotos desta acção:


a) - Motivos nacionalistas:

expulsar os portugueses de Timor. “Timor era para os Timorenses”. Rebeliões de 1895. Desde os tempos de Dom Duarte, pai de Dom Boaventura que os povos de Manufahi estavam rebelados contra os Portugueses. A forçada pacificação foi levada a cabo pelo governador José Celestino da Silva.

Desde tempos recuados que alguns reinos não aceitavam o domínio dos “malae muitin.” Basta recordar o pacto de 1719, cujo actor principal era o régulo de Camanasa, e a consequente guerra de Cailaco (1725-1726).

b) - Motivos políticos:

A 5 de Outubro de 1910, deu-se a implantação do regime republicano em Lisboa. Os régulos timorenses que sempre juraram fidelidade ao rei de Portugal, não aceitaram a mudança do regime e a troca de bandeira. A bandeira real (azul e branca) pela nova bandeira (verde-rubra).Alguns liurais temiam que com o nome regime eles fossem destituídos e perdessem as regalias.

Diz-se que quando em Outubro 1910, os régulos foram a Díli para assistir à cerimónia da implantação da República, já havia um pacto para uma possível revolta. E que esses régulos eram incitados por timorenses assimilados ou civilizados, entre os quais se contava um mestiço chamado Domingos de Sena Barreto que era filho de um goês e de uma chinesa; e incitados por europeus ligados à loja maçónica de Díli e que estavam descontentes com o Governador.

Da parte das autoridades portugueses, forjou-se outro motivo: a implicação dos holandeses que eram monárquicos e que queriam também expulsar os portugueses de Timor, para poderem dominar toda a ilha.

c) - Motivos económicos:

As rebeliões que ocorreram em Timor, nos reinos das Províncias do Bellos e de Servião, tiveram a sua origem principal na cobrança de impostos.

Parecia que em 1911 o governo ia aumentar os impostos. A capitação deveria passar de uma pataca para duas patacas. O corte de uma árvore de sândalo seria taxado de duas patacas. Os coqueiros e os gados seriam recenseados. Seria estabelecido um imposto de 5 patacas aplicado sobre os animais abatidos por ocasião das cerimónias (enterros, construção de uma lulic e realização de estilos).

Foram estes os principais motivos de descontentamento por parte dos régulos que depois se uniram em guerra contra as autoridades.

Para o governo português e para muitos timorenses, o Natal de 1911 foi um Natal triste!

Porto, 22 de Dezembro de 2011.
Dom Carlos Filipe Ximenes Belo




Friday, November 23, 2012

Importância das línguas maternas na aprendizagem de Português

Este post na realidade serve para divulgar o vídeo sobre a importância de um melhor conhecimento das línguas maternas leste-timorenses no processo de ensino/aprendizagem de português como língua segunda (L2)/ língua estrangeira (LE).

A doutoranda Sofia Deus está pesquisando especificamente as influências do Tetun Dili como L1, ou seja, a variedade da língua Tetun falada como língua materna pelos falantes de Dili, na aprendizagem do português como L2. 

O vídeo, que se encontra abaixo original em português e dublado em Tetun (estão intitulados no YouTube como Dra. Sofia Deus e Dra. Sofia Deus Tetum), causou alguma polêmica pelas redes sociais, principalmente no Facebook, no grupo chamado Repete 13 (Rede Promosaun Edukasaun Multilinge ba Timor-Leste), mas possui um grande valor para o campo de estudos linguísticos sobre Timor-Leste, já que pouco tem sido feito a respeito de pesquisas linguísticas em Timor-Leste e, ainda, as poucas pesquisas que se encontram em andamento atualmente não recebem nenhum apoio (e nenhum tipo de interesse) do país, sendo iniciativas de pesquisadores estrangeiros que ocasionalmente contam somente com o apoio das agências de fomento à pesquisa de seus respectivos países. 

Desta maneira, aguardo ansiosamente para poder ler a conclusão de tal pesquisa da colega Sofia Deus para, enfim, poder ver os resultados e dialogar a respeito. Enquanto a pesquisa não está concluída, fica aqui uma breve apresentação da autora, na entrevista concedida por ela.

Vídeo original em Português:

Vídeo dublado em Tetun:


Sunday, November 04, 2012

Meu perfil no 'Academia.edu'

Para aqueles que estão interessados, acabei de atualizar meu perfil no Academia.edu, pois eu o mantinha um tanto desatualizado. Acabei por acrescentar uma série de links e informações sobre minhas publicações. Agradeço a todos aqueles que estão seguindo meu trabalho e peço um pouco mais de paciência até que eu atualize o perfil por completo. E também, como uma espécie de consolo, saibam que postarei lá, em breve, material inédito e não publicado, que não postei nem aqui no blogue. Assim, espero que possa contar com todos os leitores como seguidores lá também...

Friday, November 02, 2012

'A Pretty Unfair Place' de Ken Westmoreland

O livro A Pretty Unfair Place - East Timor Ten Years After Self-Determination de Ken Westmoreland é uma leitura instigante e um tanto provocativa sobre a realidade atual de Timor-Leste. Devo confessar que não lia uma obra assim sobre Timor há tempos! Com uma tese original, que se encontra dividida pelo livro, mas perpassa toda a obra, de que as falhas presentes no novo Estado leste-timorense, constantemente apontadas por especialistas estrangeiras, são na realidade frutos de um má gestão/administração e suporte dos bens e recursos leste-timorenses, no decorrer da história desse país, por parte dos mesmos estrangeiros que os criticam, ou seja, principalmente portugueses, australianos, indonésios e funcionários da ONU (Organizações das Nações Unidas).

O autor, Ken Westmoreland, é britânico e poliglota, trabalhou em Timor-Leste durante vários anos, dedicou-se a questões de tradução nos órgãos governamentais e empresas cinematográficas. É a favor de uma política linguística multilíngue no país, enfatizando a necessidade de se elaborar diversos 'media' (livros, filmes, jornais impressos e televisivos, entre outros) nas diferentes línguas, ou com suportes multilíngues, como legendagem e traduções simultâneas. Considero esta proposta uma das mais sensatas que já encontrei por aí, que no lugar de defender ideologias subjacentes, preocupa-se mais com o falante leste-timorense.     

Dividido em dez capítulos, o livro de Westmoreland dedica os capítulos de 3 a 6 para discutir a falha da atuação estrangeira em Timor-Leste, conforme apontado anteriormente. O autor, com um estilo notável que mescla uma narrativa com toques literários, juntamente com análises pertinentes e um conjunto de citações de diferentes fontes importantes para um melhor entendimento da história leste-timorense, apresenta no capítulo 3, Indonesia: A Squandered Opportunity, a ineficácia econômica, atualmente reconhecida por autoridades indonésias, da dominação leste-timorense em 1975, já que Timor-Leste como uma nação pequena e com recursos limitados necessita de uma relação próxima com seus vizinhos, o que faria (e faz) a Indonésia ser a primeira opção em assuntos de relações internacionais; no capítulo 4, Australia: As Ye Sow, So Shall Ye Reap, é discutida a aproximação da Austrália à Indonésia e o apoio que muitos jornalistas e intelectuais daquela deram a esta em relação à discussão da dominação leste-timorense; no capítulo 5, Portugal: Emotion is Not Enough, o autor enumera uma série de características culturais portuguesas que faz com que esse país e seu povo seja diferente do resto da Europa, isso também se refletiu na própria colonização portuguesa, que apresentou traços assimilacionistas (os portugueses não viam problema em se relacionar com os povos colonizados), bem diferente das demais colonizações, como a inglesa e a holandesa, porém o autor destaca também a negociação feita entre governantes portugueses e indonésios, em 1974, que, de certa forma, negociaram um futuro 'negro' para Timor com o auxílio da ONU e sem a presença de lideranças timorenses; no capítulo 6, The UN: What 'International Community'?, são enumerados uma série de fatores que contribuíram para um fracasso do sistema da UNTAET (United Nations Transitional Administration in East Timor) como: uma equipe formada por profissionais de 113 países diferentes; profissionais completamente despreparados sem conhecimento da história, cultura, línguas e realidade de Timor; questões políticas da ONU que acabam por deixar Portugal e/ou a língua portuguesa fora de sua esfera de importância. 

Ainda, no capítulo 7, Speaking in Tongues, o autor entra na questão complicada sobre a situação linguística de Timor-Leste. Basicamente, Westmoreland enfatiza a importância das sociedades multilíngues, que são regra no mundo todo, porém estas sociedades são vistas como exceção, ou até 'aberrações', de acordo com o modelo monolíngue típico de alguns países ocidentais. Assim, o cidadão leste-timorense é multilíngue naturalmente ao aprender sua língua regional, juntamente com a língua Tétum, e também muitos aprendem outra língua regional e as línguas internacionais, como Indonésio, Português e Inglês, sendo importante citar aqui as línguas de imigrantes que algumas vezes são aprendidas por timorenses, como o chinês, o hindi e o vietnamita. Desta maneira, Ken ressalta a ineficácia de especialistas estrangeiros chegarem em Timor-Leste e imporem suas vontades sobre os cidadãos do país, decidindo quais línguas eles devem falar ou não, e em quais situações.

A conclusão do autor, no entanto, não chega a ser pessimista, já que, na história de um país, dez anos não representam quase nada dentro de um processo histórico, o que se faz necessário apenas é a modificação das posturas perniciosas à nação recém independente.

A Pretty Unfair Place - East Timor Ten Years After Self-Determination pode ser acessado e lido em http://pt.scribd.com/doc/22975212/A-Pretty-Unfair-Place. Nos seguintes links, o autor disponibilizou um material multilíngue de sua autoria, um jornal impresso (http://issuu.com/kenwestmoreland/docs/oexpresso), e um vídeo sobre cognatos e falso cognatos que podem auxiliar a entender um pouco a questão linguística em Timor-Leste: http://blip.tv/liafuan/cognates-calques-and-false-friends-2106474. Segue um último vídeo onde o autor fala da importância da legendagem:   


      

Thursday, November 01, 2012

Bilinguismo e multilinguismo em Timor-Leste

Na revista PERcursos Linguísticos, v. 2, n.6, deste ano de 2012, saiu um artigo de mina autoria, fruto de uma pesquisa paralela que venho desenvolvendo sobre aquisição linguística em diferentes situações de contato e multilinguismo em Timor-Leste. O primeiro fruto desta pesquisa está no artigo intitulado Bilinguismo e multilinguismo em Timor-Leste: aquisição, interação e estudo de caso

Por causa da falta de financiamento, por parte de instituições brasileiras, e completo descaso, por parte de instituições leste-timorenses, a presente pesquisa está atualmente em repouso, mas, em breve, pretendo retornar a ela.

Segue o resumo do artigo, o abstract (com suas respectivas palavras-chave e keywords) e o link para download:

Resumo: Este  artigo  analisa  aspectos  teóricos  do  bilinguismo  e  multilinguismo, aplicando-os a realidade de Timor Leste, país membro da CPLP. Assim, após uma breve  introdução  que  apresentará  a  situação  multilíngue  atual  leste-timorense,  será discutido como ocorre o processo de aquisição do bilinguismo (2), como o falante lestetimorense  se  comporta  linguisticamente  diante  das  diversas  situações  sociais  que envolvam a escolha e o uso das diferentes línguas (3). Para finalizar, será realizado um estudo de caso com um falante leste-timorense nativo, que reside no Brasil desde 2009 (4).
Palavras-chave: Bilinguismo. Multilinguismo. Aquisição linguística. Timor-Leste. 

Abstract: This paper examines theoretical aspects of bilingualism and multilingualism, applying them  to  the  reality  of  East  Timor,  a  member  of  CPLP. After a brief introduction that will present the current multilingual situation of East Timor, it will be discussed how occurs the process of bilingual acquisition (2), the linguistic behavior of East Timorese speakers in social interactions that  involves  the  choice and use of different languages (3). Finally, there will be a case study of an East Timorese native speaker, who has lived in Brazil since 2009 (4). 
Keywords: Bilingualism. Multilingualism. Language acquisition. East Timor.