O texto abaixo é a divulgação de uma comunicação, apresentada ao III SIMELP, de autoria de Nuno Almeida, intitulada Língua Portuguesa na Escola: uma polémica virtual ou Língua Portuguesa: uma ponte para o mundo. O texto está disponível no blogue Professores de Português em Timor-Leste no link: http://profesdeptemtl.blogspot.com/2011/09/lingua-portuguesa-na-escola-uma.html, e a comunicação se encontra disponível para download no link:
O ponto principal da comunicação ao meu ver é a mudança de ponto de vista para se analisar certas questões linguísticas em Timor-Leste, principalmente na batalha português x inglês, muitas vezes acaba-se por esquecer e deixar de lado as línguas nativas leste-timorenses. Porém, eu discordo em relação a ausência da 'ameaça anglófona', já que constantemente nesta série de posts venho apontando isto, inclusive com outras fontes informacionais, jornalísticas, testemunhas, investigações etc. E acho que a atual proposta do Educação multilíngue baseada em língua materna estar repleta de erros, assim como a possível abolição da língua portuguesa no ensino básico, acabam por corroborar minha posição teórica.
Segue o texto:
Língua Portuguesa na Escola: uma polémica virtual
ou Língua Portuguesa: uma ponte para o mundo
por Nuno Almeida
Aqueles que têm vindo a acompanhar a reintrodução da língua portuguesa em Timor-Leste na última década já se vão habituando à crónica polémica em torno da presença desta língua naquele país, sempre acontecendo que, depois de acalmarem os ânimos, tudo segue igual. Nos últimos anos, a introdução das línguas nacionais na escola como línguas de instrução, com a consequente retirada de protagonismo ao português neste domínio, tem sido o principal fator de discórdia. Neste debate, curiosamente, a questão polémica nem sempre se coloca efetivamente na concorrência entre a LP e as línguas maternas dos alunos para a instrução nos anos iniciais de escolaridade, acabando por resvalar para a troca de argumentos em torno da existência de uma agenda oculta para a eliminação do português em Timor-Leste, a favor do inglês ou, até, do indonésio.
Considero que, observando o contexto com alguma atenção e agindo em função dele, deixa de se poder falar em concorrência linguística, podendo até pensar-se em complementaridade linguística. Assim sendo, apesar de ter reflexos práticos, esta é, na verdade, uma polémica virtual. Foi assim que a ela me referi no III SIMELP – Macau, na comunicação apresentada no simpósio dedicado a Timor-Leste, com o título Para a (re)introdução da língua portuguesa em Timor-Leste, na qual dediquei uma secção a este assunto. Visto que o texto completo demorará ainda algum tempo até ser publicado e ficar disponível para consulta, tomo a liberdade de transcrever a última parte (com pequenas adaptações textuais) para partilhar aqui no nosso blogue. Espero sinceramente contribuir para a formação de opiniões menos extremadas e mais esclarecidas, nomeadamente quanto ao papel da LP em Timor-Leste, cuja correta interpretação é, a meu ver, a chave do sucesso para o futuro do português em Timor.
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