Monday, June 04, 2012

Elementos ecológicos e não ecológicos na gramática Tetun

Já estão disponíveis, em http://www.ecolinguistica.com.br/, alguns resumos do I Encontro Brasileiro de Ecolinguística. Em breve, colocaremos todos resumos e a programação, com data, horários e locais do evento. 

O resumo de minha comunicação, intitulada O sistema linguístico como sistema ecológico: um estudo da gramática Tetun (Timor-Leste), já se encontra no link citado acima. Neste trabalho apontarei traços linguísticos ecológicos e não ecológicos presentes na gramática tetumófona, identificando também a origem dos elementos não ecológicos, e a gramática como um sistema de memória, com resquícios de estágios e elementos ecológicos anteriores, e de adaptação ao meio ambiente.

Segue o resumo:

"A presente comunicação tem o objetivo de apontar elementos ecológicos e não ecológicos no sistema linguístico, considerado aqui como a gramática, no Tetun Prasa. A língua Tetun, dividida em duas variedades principais, a saber: o Tetun Prasa e o Tetun Terik, é uma língua de origem austronésia, a variedade Tetun Prasa possui o status de língua franca, e é língua oficial da República Democrática de Timor-Leste, juntamente com a língua portuguesa. Na teoria ecolinguística vem se discutindo até que ponto o meio ambiente influencia na formação de certos elementos do sistema linguístico. Assim, neste trabalho, primeiramente, será analisada uma série de elementos do sistema linguístico do Tetun que são considerados não ecológicos, como: a separação agente-paciente; a categorização de processos naturais como processos ou coisas; os contrastes, geralmente expressos pela classe dos nomes; causalidade, que pressupõe superioridade; o surgimento de palavras e expressões temporais; o sistema tempo-aspecto-modo; os sistemas pronominais, principalmente pronomes pessoais e pronomes possessivos; separações léxico-semânticas entre processos [+ humano] e [+ animado] dos processos [- humano] e [- animado]. Posteriormente, serão descritos os processos de mudança linguística que desenvolveram os sistemas ecológicos e não ecológicos da língua, argumentando que o meio ambiente teve um fator central nesse desenvolvimento, considerado aqui como uma adaptação linguística às modificações ocorridas no ecossistema".


  

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