Sunday, April 24, 2016

Redução nas atividades do blogue!

Como os leitores e demais pessoas que acompanham minhas atividades já devem ter percebido, este blogue teve poucas postagens nos últimos anos.

Isto se deu principalmente pelo fato de eu ter voltado meus interesses para outras áreas da pesquisa Linguística, mas também pelo fato de eu optar por também me afastar um pouco de minhas atividades acadêmicas por vários motivos pessoais, entre eles minha predileção pela literatura e a vontade que tenho de me dedicar a tal atividade artística no futuro.

Porém, devo avisar aos leitores que este blogue não está abandonado, e coloquei já duas postagens divulgando minhas atividades mais recentes.

Finalizo esta postagem também dizendo que fico feliz ao saber que nos últimos anos vem crescendo o interesse pelas pesquisas linguísticas sobre o Timor-Leste por aqui no Brasil, bem como só aumentam tais atividades em Portugal, Holanda e Austrália, com um grande número de publicações que infelizmente não pude acompanhar nem divulgá-las aqui pelos mesmos motivos que expliquei acima.     

Um estudo da ecologia do contato de línguas em Timor-Leste

No número de estreia de uma nova revista na área de Linguística, especificamente na área de Ecolinguística, sediada na UnB (Universidade de Brasília), mas em parceria com a UFG (Universidade Federal de Goiás), tive a felicidade de ter um artigo meu publicado nela.

O artigo, intitulado Um estudo da ecologia do contato de línguas em Timor-Leste, está no primeiro número da REVEL - Ecolinguística: Revista Brasileira de Ecologia e Linguagem. A revista pode ser acessada neste link e o artigo de minha autoria pode ser lido aqui.

Este artigo é fruto de um estudo que eu venho desenvolvendo nos últimos dois anos sobre a relação da Ecolinguística com o Contato de Línguas, e eu acabei por usar as línguas de Timor-Leste como estudo de caso e para verificar a validade da teoria.

Segue o resumo:

O presente artigo tem como objetivo apontar os aspectos teóricos da ecologia do contato de línguas e povos, bem como aplicar tal teoria em um estudo de caso específico, que é analisar a ecologia do contato de línguas/dialetos e indivíduos/povos em Timor-Leste. Assim, este trabalho está dividido da seguinte maneira: após a introdução, será realizada uma revisão bibliográfica, em (2); em (3), serão apresentadas algumas características básicas do ecossistema linguístico local de Timor-Leste; em seguida, em (4), serão discutidas as situações de contato e alguns fatores que influenciam na ecologia do contato; em (5), serão analisados os resultados do contato de línguas e povos em Timor; finalmente, em (6), serão apresentadas as considerações finais.    

OS CONTATOS LINGUÍSTICOS EM TIMOR-LESTE: MUDANÇAS E REESTRUTURAÇÃO GRAMATICAL

Finalmente, saiu em formato de artigo esta minha comunicação já antiga, elaborada em 2009 e apresentada no ano de 2010 no  VI Encontro da ABECS (Associação Brasileira de Estudos Crioulos e Similares), e que podem ser encontradas maiores informações aqui. Devido a data em que foi escrito, o presente artigo está desatualizado tanto em relação aos dados das línguas leste-timorenses, quanto em relação a algumas análises feitas sobre o efeito do contato de línguas nestas.

A contribuição principal deste artigo está em abrir uma via para pesquisas (e pesquisadores) futuros se concentrarem em quais tipos de contato ocorreram em Timor-Leste, se são válidas as teorias de contato e crioulística para esta situação, quais os efeitos do contato nas línguas de Timor-Leste. 

O artigo, que tem o mesmo título da postagem, Os contatos linguísticos em Timor-Leste: mudanças e reestruturação gramatical, foi lançado na revista PERcursos Linguísticos, v. 5, n. 11, 2015, e pode ser acessado aqui.

Segue o resumo:

Este artigo procura analisar os diferentes casos de línguas em contato em Timor-Leste, quais línguas nativas sofreram mudanças devido ao contato e quais sofreram reestruturação gramatical devido a um contato ainda mais intenso. Ainda, as línguas de origem austronésia e papuásica de Timor-Leste sofreram mudanças linguísticas distintas, como o Tetum, o Manbae e o Tokodede que tiveram contato intenso e mudanças induzidas pelo contato, enquanto outras línguas, como o Baikenu, o Makasae e o Bunak, sofreram poucas mudanças linguísticas.