Thursday, August 25, 2011

O futuro do português em Timor-Leste - 2 A legalidade da nova política linguística


eu estava pesquisando e fazendo várias leituras antes de voltar a escrever sobre o tema do Decreto-Lei que visa abolir a língua portuguesa do ensino básico leste-timorense, quando me deparei com um interessantíssimo post do colega António Veríssimo, já escrito em dias anteriores a minha pesquisa, datando do dia 19 de Agosto, ao blog Página Global: 

Um dos tópicos que falei que seria abordado por mim sobre o decreto-lei era a respeito de suas bases legais. Segundo o post citado acima, intitulado Timor-Leste - Educação: Abolição da Língua Portuguesa é “Ilegal e Inconstitucional”, as bases do decreto-lei ferem a própria constituição da República Democrática de Timor-Leste, que pode ser acessada e lida aqui: http://www.gov.east-timor.org/PMpage1.htm.

Ainda, reproduzo abaixo os comentários de um leitor do blog Página Global que contribuiu com seus conhecimentos profissionais sobre leis. Partindo do pressuposto já corrupto e-ou maldoso do governo leste-timorense, que deve gozar de uma assessoria jurídica que os oriente dentro da legalidade a respeito de aprovações de decretos-lei. Na posse da orientação jurídica com bases legais, tal decreto-lei deveria ser vetado de imediato. Mas pergunto se isso acontecerá de verdade, já que um dos motivos da abolição da língua portuguesa é o interesse nas próximas eleições, que acontecerão em 2012.

Seguem as citações:
Nos termos do n.º 2, alínea l, do artigo 95.º da Constituição da República Democrática de Timor-Leste, o Parlamento Nacional tem reserva absoluta (exclusiva) de competência legislativa para legislar sobre as bases do sistema de ensino, tendo aquele órgão, no uso dessa sua competência, aprovado a Lei n.º 14/2008, de 29 de Outubro – Lei de Bases da Educação.

Sucede, porém, que nos termos do artigo 9.º da Lei n.º 14/2008, “As línguas do sistema de ensino timorense são o tétum e o português”, o que muito bem se compreende por se tratar das duas línguas consagradas constitucionalmente como línguas oficiais da República Democrática de Timor-Leste, estando por essa razão bem o legislador ao colocá-las em plano de igualdade em sede de Lei de Bases da Educação.

Assim sendo, só posso concluir pela existência de uma ignorância absoluta relativamente à Lei de Bases da Educação de Timor-Leste, nomeadamente por parte de quem presta assessoria jurídica neste país. (Grifo meu para apontar a convergência com o que mencionei acima).

Não me querendo alongar, e não apresentando soluções técnico-jurídicas para o problema, até porque não sou pago para o fazer, apenas direi o seguinte: “É manifesto que o Decreto-Lei que dizem ter sido aprovado viola de forma explícita e grave o disposto no artigo 9.º da Lei n.º 14/2008 (Lei de Bases da Educação), consubstanciando, ainda, por razões que me dispenso de explicitar, uma tríplice inconstitucionalidade: formal, orgânica e material.”

Sugere ainda mais e também manifesta a sua apreensão sobre o futuro da Educação timorense: “… peça a um jurista para analisar a situação, e ele lhe dirá que o acto legislativo agora aprovado, o tal Decreto-Lei que conduz à abolição da língua portuguesa nos dois primeiros anos do ensino básico, é ilegal e inconstitucional”.

Em outra sede, apenas lhe direi que, em face das fragilidades do sistema educativo timorense actual, em várias das suas componentes, obviamente uma situação herdada, e daqueles que julgam pensar a Educação quando desta nada percebem, não auguro nada de bom para o futuro da educação timorense, em prejuízo manifesto das futuras gerações!  

(relembro ao leitor que as citações são do artigo que pode ser acessado em:

Assim, conforme foi apontada acima, essa proposta vem de pessoas leigas e desconhecidas do assunto, que se fantasiam de ‘bonzinhos’ ou de ‘pessoas do povo’ que ‘amam’ Timor para apenas implantarem um sistema educacional sem base alguma que prejudicará toda a geração atual e as gerações futuras e beneficiará somente a poucas figuras, que não mencionarei, mas que são facilmente identificadas como lobistas da anglofonia.

Concluo este segundo post, intitulado A legalidade da nova política linguística, da série O futuro do português em Timor-Leste, apenas enfatizando que esta reforma, se implantada, não terá nada de reforma educacional, mas será apenas uma reforma política que usará o povo leste-timorense como ferramenta descartável para interesses de um pequeno grupo privilegiado.

Em breve escreverei mais a respeito desta reforma polêmica, assim como trarei mais informações sobre o desenrolar dela... até lá...

Tuesday, August 23, 2011

O futuro do português em Timor-Leste - 1 A eliminação da língua portuguesa



Logo no início deste mês, dia 09 de agosto para ser mais exato, a PNN (Portuguese News Network) divulgou a notícia polêmica de que o CMT (Conselho de Ministros Timorenses) está preparando o currículo do ensino básico (ou o diploma como chamam em outros países lusófonos) com o objetivo de retirar a língua portuguesa deste.

Segundo a mesma notícia, a medida tem apoio do Conselho Nacional de Educação (CNE) e do Instituto Nacional de Linguística (INL) e tem a frente como principais defensores o Primeiro-Ministro, Xanana Gusmão, e  sua esposa, Kirsty Gusmão. Porém, no blog Página Global, onde a notícia foi amplamente divulgada (há na realidade um post publicado e logo depois um outro), diversas pessoas se manifestaram contra ou a favor da medida, incluindo a própria Kirsty Gusmão, que além de esposa do Primeiro-Ministro leste-timorense é Embaixadora da Boa Vontade para Educação

Acusada de ter interesses em abolir o português de Timor-Leste, Kirsty Gusmão se defendeu de tais alegações, argumentando com dados a respeito da realidade da educação de ensino básico em Timor Leste, assim como se utilizando de seu projeto de política nacional intitulado Educação multilíngue baseada na língua materna

O link para a primeira notícia é:
neste constam informações a respeito da proposta governamental, juntamente com um grande número de comentários de pessoas contra e a favor, e discussões de natureza cultural e política.

O link para a segunda notícia é:
neste constam informações complementares à notícia principal.

O link para o comentário de Kirsty Gusmão, junto com o endereço para acesso a seu projeto é:

Estas notícias provocaram uma grande polêmica e vários blogs, páginas da internet e outros meios de comunicação e da mídia acabaram por divulgá-la ou reproduzir tal notícia da Página Global. A polêmica está longe de seu fim, mas parece que tudo já está determinado mesmo e sem possibilidade de diálogo. Afinal, este tipo de decisão política não consulta o povo e muito menos os especialistas no assunto, no caso os especialistas em língua são os linguistas. 

Em próximos posts, eu escreverei mais informações a respeito da proposta, como está caminhando e questões sobre sua legalidade. Ainda, eu também analisarei, como linguista de formação e profissão, e com experiência em Timor-Leste, a validade da Educação multilíngue baseada na língua materna e as consequências para a língua portuguesa e para as línguas nativas leste-timorenses desta política linguística a ser adotada para um futuro próximo.


Wednesday, August 10, 2011

O elemento luso-timorense no português de Timor Leste


Acabou de sair na ReVEL (Revista Virtual de Estudos da Linguagem) um artigo meu sobre o léxico do Português de Timor Leste (PTL). A edição da ReVEL v. 9, n. 17 de 2011 é um número temático sobre 'lexicologia e terminologia'.  

O artigo intitulado O elemento luso-timorense no português de Timor Leste analisa elementos comuns à língua portuguesa que, porém, sofreram algum tipo de mudança linguística específica ao contexto leste-timorense. O artigo, apesar de ser apenas um resultado preliminar de uma pesquisa que ainda está em desenvolvimento, apresenta várias evidências notáveis de especificidades lexicais e semânticas existentes no PTL, e que um estudo exaustivo sobre o tema pode revelar ainda mais coisas a respeito desta variedade lusófona.

Segue o link para download do artigo,
juntamente com o resumo:  


Resumo:

O termo ‘luso-timorense’, usado para se referir a elementos lusófonos específicos a Timor Leste, foi empregado inicialmente por Thomaz (1995) ao analisar o léxico do português falado na ilha. O presente artigo é resultado de uma investigação em andamento, que pretende analisar a variedade do português falada pelo povo leste-timorense, com objetivos de documentar e valorizar essa variedade da língua portuguesa como uma variedade nacional, chamada de Português de Timor Leste (PTL). Assim, na seção 1 será apresentada brevemente uma sociohistória da língua portuguesa na ilha de Timor; em 2, será traçado um histórico dos estudos linguísticos a respeito do PTL e da variedade crioula outrora falada na ilha; na seção 3, será analisada a presença do elemento luso-timorense no léxico do PTL; e, finalmente, em 4, com objetivo de contribuir para um melhor conhecimento do léxico PTL, serão apontados alguns lexemas de origem estrangeira específicos a essa 
variedade. 

Wednesday, August 03, 2011

Sobre o lexema 'malae' - 2

Conforme comentei no post anterior, Sobre o lexema 'malae' - 1
(http://easttimorlinguistics.blogspot.com/2011/08/sobre-o-lexema-malae-1.html),
reproduzo aqui o texto intitulado Malai! Malai! do blog Direto de Timor-Leste de autoria do Prof. Cesar Cavalcante. O post desse blog faz referências a diversas fontes bibliográficas a respeito da origem da palavra malae, principalmente em relação ao significado principal 'estrangeiro'.  

Malai! Malai!
Por Cesar Cavalcante

Uma das primeiras palavras que aprendi na língua tétum foi "Malae" ou  "Malai",  no português falado em Timor Leste. Sempre foi-me dito que "malai" significava estrangeiro, um parente próximo da expressão "Gringo" que utilizamos com frequência  no Brasil, quando nos referimos a um estrangeiro.

Fiquei muito curioso com a origem dessa palavra, já que segundo percebi, é uma das primeiras expressões que as crianças aprendem falar. Nós brincamos e dizemos que as crianças aprendem falar Malai antes de mamãe!

É muito comum um estrangeiro passar na rua e ouvir Malai bom dia, Malai para onde vai, Malai me dar um rebuçado (a nossa bala). Quando se trata de crianças, que sempre estão em grandes grupos, eu  sempre escuto, Malai, Malai, Malai... e elas só param de gritar quando eu olho e as cumprimento com um oi!!

Alguns colegas s acham que Malai é uma palavra pejorativa, que é uma forma dos timorenses dizerem que nós somos os estrangeiros. Eu sempre rebato e digo, como pode ser pejorativa uma palavra dita por uma criança, que às vezes nem sabe andar direito. Aí sempre escuto, ah foi o pai dela que ensinou.

Então resolvi "acabar" de vez com a discussão e procurei a origem dessa palavra.

Alguns timorenses me afirmaram que a palavra "Malai" tem origem na palavra  Malay, que pode designar a língua austranésia falada na Malaysia, Indonesia, Singapore, Brunei e Tailândia o Bahasa Melayu e suas variações, ou então os habitantes da Malaysia. A explicação para isso é que um dos primeiros estrangeiros a chegar na ilha de Timor Leste, foram os malasianos e por isso o uso do termo.

Já ouvi outra explicação para a palavra. Os primeiros estrangeiros que chegaram aqui em Timor Leste, traziam malas e os nativos nunca haviam visto malas e quando aprenderam o nome Mala, associaram Mala a Malai, ou seja aquele que carrega malas (estrangeiro).

Essas duas origens diferentes para a mesma palavra carecem de uma boa referência histórica, que eu não consegui encontrar.

Buscando em artigos científicos e em textos na internet encontrei as seguintes citações no site East Timor Studies de João Paulo Esperança:

 "A. Mendes Corrêa no seu "Timor Português" (1944) diz que "por malai entendem os indígenas de Timor os estranhos, os Malaios de outras ilhas, os Chinas, os negros de África, os Árabes, os Portugueses metropolitanos, os Holandeses, os Europeus em geral.  Os timorenses não se consideram Malaios, muito pelo contrário."

"Luís Thomaz num artigo de 1974, "Timor – Notas histórico-linguísticas", pág. 231, defende que: "Por sua vez o nome que os malaios dão a si mesmos – melayu – tornou-se em Timor, sob a forma malae sinónimo de "estrangeiro, pessoa de fora de Timor" - recordação do tempo em que os malaios eram os únicos estrangeiros que apareciam nas costas da ilha. Osório de Castro nota que em Maluco o termo melayu é usado com o mesmo sentido." Essa citação justifica a primeira origem da palavra que eu expus. 

Mas mesmo com essas duas citações, algumas pessoas acreditam que Malai e Melayu, tem significados e origens diferentes. 
Crianças timorenses
Foto do Blog da Missão Científica Botânica em Timor-Leste

Ainda com referência a pesquisa feita por João Paulo Esperança,   Aone van Engelenhoven e John Hajek dizem-nos No seu artigo "East Timor and the Southwest Moluccas: Language, Time and Connections" (2000), (pág. 121):

«A importante distinção entre os chamados `donos da terra' e `donos dos barcos' nas ilhas do Sudoeste das Molucas é não apenas crítica para as estruturas sociais na região, mas também um importante indicador histórico das relações com Timor no passado. Os ornusa ou clãs `donos da terra' eram os verdadeiros senhores da terra, que já viviam nas ilhas antes da chegada dos `donos dos barcos'. Há textos históricos que revelam que a chegada dos donos dos barcos foi despoletada pela destruição da sua `Ilha Mãe'. Esta destruição é tradicionalmente explicada como o castigo supremo por uma luta fratricida que era proibida. Os nomes usados nestas histórias fornecem pistas importantes sobre ligações com Timor. Qualquer coisa que inclua malai como elemento reverte para Timor – o que se vê por exemplo em Sairmalai, o nome timorense do herói letinense Slerleti. ((32 A palavra malai, apesar das aparências, não tem nada a ver com Malay (ing.) [ou malaio (port.)], uma malformação europeia de melayu.)) O resultado é que todos os heróis, e consequentemente também os clãs que deles descendem, são considerados como sendo de origem timorense. O segmento Malai (lit. `Timor') em muitos apelidos de família é altamente reverenciado devido à sua referência óbvia. Os exemplos incluem os apelidos Pelmalai `aliado timorense' na ilha de Nila, e Maranmalai na ilha de Léti.

Reuniões recentes entre famílias keienses e do Sudoeste das Molucas na Holanda revelaram como ambos os lados tinham em comum narrativas semelhantes sobre a destruição de uma terra ou continente no ocidente (centrado na área de Timor-Luang). As histórias dos clãs falam sobre barcos que navegavam para o oriente a partir de Lun-Let, o nome keiense para o continente que era Luang. Os mitos letinenses contam-nos sobre pessoas que navegavam para e de Timor, e sobre o estabelecimento de povoações de `donos de barcos' na costa de Malakitna-Malaliawna, o irmão mais novo (com malai `Timor' bastante evidente).
Ancião timorense
Foto de Celina Silva

As ligações entre comunidades em Timor-Leste e no Sudoeste das Molucas mantiveram-se mais directamente até tempos relativamente recentes. Alianças formais tradicionais, por exemplo, foram mantidas entre os governantes tradicionais de Kísar e Baucau até perto de meados deste século, mas acabaram por ser quebradas pelos portugueses. Também é verdade que laços de comércio tradicional foram mantidos até mais recentemente ainda, particularmente com comerciantes que falavam tétum de Leti e de Luang que se sabia visitarem Timor-Leste.» (A tradução do inglês é minha.)

Lendas na língua de Léti que mencionam esta ligação a Timor (Malai), e a sua análise antropológica e linguística, podem ser consultadas no livro de Aone van Engelenhoven "Leti, a language of Southwest Maluku" (2004), por exemplo nas págs 328, 329, 398.

Os dados destes autores relativos à antroponímia parecem ocorrer também entre os fatalucos da Ponta Leste de Timor, conheço uma moça de lá, de uma família "ratu" (da nobreza), cujo nome tradicional (o do knua, não o dos documentos nem o "nome de estima" de casa) é Jar Malai. Na segunda parte do "Léxico Fataluco-Português" do Padre Alfonso Nacher, publicado na revista do Instituto Nacional de Linguística (2004), na pág. 122 pode ver-se que nesta língua a palavra "malai" pode significar "estrangeiro" mas também "liurai" (rei).

Referências: http://groups.yahoo.com/group/east-timor-studies/message/3724


(Texto extraído do blog Direto de Timor-Leste e pode ser acessado e lido no original no seguinte link:
http://timorlorosaeceara.blogspot.com/2010/07/malai-malai.html)

Sobre o lexema 'malae' - 1

A palavra malae, variando com malai, amplamente usada Timor (na área linguística leste-timorense), possui como significado principal 'estrangeiro', ou de maneira pejorativa 'gringo', já que em situações formais caso o falante tetumófono deseja se referir a tal conceito se utiliza do composto rai liur. Atualmente, o lexema malae está limitado a grupos sociolinguísticos específicos, possuindo frequência maior entre a faixa etária mais nova (- 20 anos) e nos adultos a frequência alta está limitada a indivíduos com baixa escolaridade, já que usar malae para chamar alguma pessoa pode parecer uma atitude grosseira ou desrespeitosa.

Já a origem do lexema  malae é um tanto controverso, há duas teorias principais: uma que se baseia no relativo isolamento de Timor e seu contato predominante com indivíduos malaios, daí a referência a 'malaio' como estrangeiros em geral; outra argumenta a favor de que o lexema vem de malai nome dado a 'Timor' pelos nativos vizinhos e não possui ligação com malaio.

Assim, no próximo post, Sobre o lexema 'malae' - 2 (este post já está disponível para leitura no link
http://easttimorlinguistics.blogspot.com/2011/08/conforme-comentei-no-post-anterior.html),
eu reproduzirei o texto do prof. Cesar Cavalcante do blog Direto de Timor-Leste (Timor Lorosae Ceará), que se baseou na pesquisa feita por João Paulo Esperança. Até lá!  
  

Tuesday, August 02, 2011

Balibó, ou the Balibo Five

Balibó é um subdistrito leste-timorense localizado próximo à fronteira indonésia, cerca de 10 km, no distrito de Bobonaro. Este local ganhou fama mundial quando cinco jornalistas australianos foram executados (por isso o nome the Balibo Five), a 16 de outubro de 1975, ao tentar noticiar as atrocidades cometidas pelo exército indonésio que na época estava em vias de invadir Timor Português, antigo nome da atual República Democrática de Timor-Leste.

O filme homônimo, Balibo, lançado em 2009, foi produzido pela Arenafilm, produtora australiana, com Robert Connolly na direção e David Williamson como roteirista. O roteiro foi baseado no livro intitulado Cover-Up, de autoria de Jill Jolliffe, uma jornalista australiana que teve contato com os Balibo Five antes de partirem para Timor Português e foi ela também que divulgou a morte deles, que o exército indonésio objetivava encobrir. Há também um documentário feito pela jornalista para a TV australiana, canal ABC1, para o programa Foreign Correspondent. O filme conta com o ator Anthony LaPaglia no papel de Roger East, jornalista australiano que vai investigar o desaparecimento e suposta morte dos Balibo Five, e Oscar Isaac interpretando José Ramos Horta, atual presidente de Timor-Leste e ganhador do Nobel da Paz em 1996.Ainda, os cinco jornalistas australianos foram interpretados pelos seguintes atores: Damon Gameau como Greg ShackletonGyton Grantley como Gary CunninghamNathan Phillips como Malcolm RennieMark Winter como Tony Stewart, e Thomas Wright como Brian Peters.

Recomendo a todos interessados que procurem ver este filme que mostra muito sobre a história e a cultura leste-timorense. Há em diversas cenas as belas paisagens de Timor Leste, vários diálogos em Tetun e o espectador vê vários costumes nativos que são mostrados, como alimentação, comportamento, enterro, e até a narração de contos da literatura tradicional. Assim como, também é retratado o sofrimento e as privações que o povo leste-timorense tem sofrido no decorrer de sua história. O filme é de fácil acesso tanto em lojas como na internet. Provavelmente, é o filme que possui Timor Leste como tema com maior circulação e divulgação a nível mundial. Abaixo encontra-se um trailer:


Segue também o link para a primeira parte do documentário Who killed the Balibo Five  produzido pela ABC Australia e distribuído pela Journeyman Pictures: http://youtu.be/J0GXaDjdaWM (as demais partes também são facilmente encontradas no Youtube). A incorporação deste vídeo foi desativada por solicitação, por este motivo deixo disponível somente o link. Este documentário, que data de 1998, apresenta as cenas reais da invasão, do massacre e dos próprios jornalistas australianos, e procura investigar o que realmente aconteceu com eles, juntamente com as várias questões políticas envolvidas em torno da Indonésia e Austrália e outras potências governamentais que estão por trás destes acontecimentos.  

Fica aqui a dica de dois filmes sobre Timor Leste para serem vistos pelos leitores deste blog, qualquer comentário sobre esses filmes serão bem-vindos...